sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

New year's eve.



Véspera de ano novo, o que você prefere? Nostalgia triste por tudo nunca mais voltar ou a lembrança feliz e saudável com a alegria por ter vivido mais um ano? Hm, eu responderia: os dois, portanto, usarei os dois pontos de vista. O ano de dois mil e dez foi incrível. Não há como eu duvidar disso. Vivi o meu primeiro dia de aula do ensino médio, fui caloura e já estou deixando de ser. Construí e reconstruí amizades. Eu reforcei os laços das amizades que já tinha. Aprendi a amar mais, suportar mais. Eu vivi aventuras inimagináveis. É, aventuras. Eu ri horrores, fiz besteiras. Coisas engraçadas e trilhões de palhaçadas. Cresci. Comecei, recomecei e terminei. Consegui me enrolar em cordas bem apertadas e embaraçadas. Desenrolei um mistério que estava guardado em mim havia ano. Eu chutei. Eu bati. Eu finalizei tudo. E comecei tudo de novo. Eu gritei com o meu travesseiro inúmeras vezes e quantas vezes eu chorei com ele também. Incontáveis foram as vezes que eu pulei, comemorei e gritei com o vento. Cantei. Virei a melhor cantora que dormia no meu quarto. Agarrei o microfone, digo, escova de dentes e cantei muito ao som da minha mente. Eu surtei. Mitei e imitei. Escrevi textos, escrevi livros só com o recurso da minha mente. E lá se foram abraços, muitas lágrimas e beijos. Fui a festas e dancei além do muito. Dancei sozinha e com elas. Dancei pelo quarto, pelas festas... pelas ruas do Rio de Janeiro, dancei comigo e com as mais variadas pessoas só na minha mente. Aprendi a gostar mais de sombra e batom e me maquiei, ah! fiz muito isso. Pra sair e pra ficar em casa tirando fotos. Eu fui a melhor festa da minha vida e fui a pior. Coloquei uma bebada bem mais velha pra dormir e ri horrores ao lado da minha prima pequena que já cresceu e como cresceu. E ela é minha eterna companheira. Estudei, ah.. estudei, mas, não o suficiente. Me senti a melhor pessoa do mundo e a pior... tantas vezes. Mudei de rotina completamente. Acertei. Chorei por bons motivos e chorei por motivo nenhum. Aprendi a perdoar mais. Me decepcionei vezes e mais vezes. Me decepcionei com pessoas que amava muito, mas, já esperava. E perdoei e aprendi. Acabei com a briga que eu mesma criei comigo mesma e nem faz tanto tempo isso. Errei e errei de novo. Eu abracei meu pai, beijei a minha mãe. Babei meus irmãos com muitos beijos e abraços. Senti falta. Tanta falta. Tirei fotos... aquelas fotos! As mais bonitas e as mais horríveis. Andei de avião e conheci lugares novos, pessoas novas. Quantas pessoas! Conheci amigos que sei que serão amigos sempre. Conheci mais os que já tinha. Perdi o mais querido e aprendi a conviver com isso. Superei dores e curei feridas. Ganhei novas feridas. Entrei pra academia. Morri de preguiça. Sofri influencias e influenciei. Fui verde, fui azul... até cinza. Beijei. Me enganei com muitas pessoas, de uma forma boa e ruim. Venci pré-conceitos e fiz amigos incomuns... pessoas que nunca imaginaria. Abracei. Eu senti. Reaprendi. Joguei fora e comprei. Vi meu sangue tantas vezes, adoeci e melhorei. Estive aqui e estive lá também. Fiz 15 anos, os tão esperados 15.
Tantas coisas que jamais serão esquecidas. Pessoas que eu sinto irão comigo pra sempre, eu sinto que é só o começo. Vivi o primeiro ano de quatro anos que me aguardam ao lado de algumas pessoas. Completei mais um ano de amizade. Matei sentimentos e conheci novos. 
Tudo isso não foi em vão... vivi as consequências e viverei ainda. Sem dúvidas amadureci. Sem dúvidas esse ano acabou. Tudo isso será guardado na pasta cujo nome é 2010. Acho que foi o melhor ano que vivi até agora e desejo que 2011 me surpreenda superando este. Quero lutar por ele. Quero lutar para que seja o melhor de todos os tempos. Quero merecer isso. Quero ter muito mais a agradecer, quero viver tanto! Quero mais aventuras, mais seriedade. Quero palhaçadas e muitos abraços. Só Deus sabe o que eu espero... não quero esperar demais, mas, desejo. É desejando que termino esse ano, já que falta menos de 1 hora pra me despedir de 2010 oficialmente e ainda não posso acreditar que já acabou. Tão rápido. Com certeza a última frase que escrevo nesse blog nesse ano será a frase que traduz o que esse ano foi pra mim: Novas experiências incluindo novas pessoas e novos lugares e é claro, novos aprendizados.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Letter for my worst love.

Venho por meio desta, entregar-lhe minhas palavras e meu tempo com o único intuito de mostrar o que nunca pude, e alerto-te que esta será a última vez que o faço. Última vez que lhe escrevo. Quem sabe a última vez que permito afundar-me neste passado. E se Deus for generoso com as migalhas do meu coração, a última vez que mergulharei nesses sentimentos. As primeiras epístolas que a ti foram endereçadas jamais puderam chegar ao caminho dos olhos teus e não estou certa se essa foi a melhor das minhas escolhas. Porém, já me perdoei de tantas escolhas erradas porque esta seria a que me condenaria? 
Estou certa que essas palavras, como muitas outras, também não irão chegar a ti e isso não me aflige, não me perturba. Por muito tempo acreditei que eu tivera sido a errante de nossa conturbada história de "amor" - como me dói ligar essa palavra a você -, por muito tempo senti-me culpada e humilhada por ter estragado o que me parecia tão bom. Por muito tempo entreguei-lhe todos os pedaços do meu coração a ti, estive de joelhos tentando juntar tudo o que me restava de você. Olhei pra você com os olhos mais gentis, mais amáveis, mais ternos. Desejei um sorriso teu tanto quanto desejava que meus pés andassem. Me abracei a memórias tuas com todos os músculos das minhas pernas, braços e olhos. Com todos os destroços de coração. Por muitas vezes eu acreditei que pudesse voltar, pudesse olhar pra mim com aqueles olhos novamente. 
Enquanto isto fazia, eu ouvi cada causo seu, cada história sua, cada risada sua sem me importar de que você estivesse falando de outras mulheres, falando de outros sorrisos. Só o que me importava era o prazer de ouvir sua voz, de saber que confiava a mim os seus segredos. Me acorrentava a um sentimento imundo e tolo de saudade, deixava que ele tomasse conta do meu coração e acabasse com o resto da vida que ele tinha. Permitia que ele destruisse as minhas noites, fuzilasse a minha mente. O meu grito de dor só cessava quando ouvia a sua voz chamar por meu nome, quando sentia seu abraço e o seu beijo na testa. E a sensação de felicidade me comia, me tomava. Quando tudo isso acabava, era o fim de toda aquela falsa felicidade. Eu voltava a contorcer-me em mim mesma e os meus poros voltavam a suplicar para que você voltasse. Tudo isso ninguém via, ninguém ouvia os meus olhos gritarem o seu nome. Eu menti. Eu fingi. Os meus dias foram escuros e minhas noites foram claras. Eu pertencia somente a saudade durante a noite. Os meus dias andavam de camelo. E foi assim por minutos, por dias, por meses. Eu guardei cada segredo que me contou, e os guardo até hoje. Quando te ouvia dizer sobre as suas garotas, as suas futilidades, as suas encrencas e os seus erros era como um híbrido de felicidade e tristeza. Felicidade por contar comigo e tristeza por ver como você caía. Porém, quando já não estávamos mais juntos, quando você não estava mais lá, a tristeza me corroía. Porque sem a sua voz pra acalmar o meu coração, tudo o que eu pensava era que não era de mim que você falava.
No meio de tantos segredos, um dia um deles me sugou, me desestabilizou. Você havia ido longe demais, você estava prestes a acabar com a sua vida e a sua voz já não era capaz de me acalmar. Eu desmoronei. Eu me acorrentei ao chão para que não pudesse ir mais longe. Eu não podia ouvir isso e sorrir como antes fazia. Eu tinha que acabar com isso. Eu não podia colaborar para a sua queda. Então, foi nesse momento que tudo ficou claro. Não foi eu, foi você. A culpa não era toda minha de nada. A culpa era sua. Você me fez mal tantas vezes e tudo o que eu fiz foi procurar algo para acalmar a minha dor. Eu me prendi a você. E você não se importava. Eu fiz o que eu podia fazer, eu tentei ao máximo não te perder, mas, eu já tinha te perdido. Você ignorou, aliás, não tinha mais nada que você pudesse fazer, já que não me amava mais. Eu vi. Você não me amava, eu me enganei. Eu sempre soube, mas, pensei que pudesse restar em você alguma migalha "do que a gente viveu".
Eu vi que não vivemos nada, eu vivi. Eu vivi e você não. Estava tudo errado. Não existia nós fazia tempos, o que era na verdade era você e você em mim. Você precisou de mim e eu estava. Você não precisou de mim e eu estava. Eu precisei de você e você estava longe. Eu só precisei de você e era só você que não estava. Que injusto. Então, dessa vez eu não estive. Eu conheço o seu sorriso, conheço o seu olhar. E eles sempre me disseram que não me amava. Eu nunca acreditei neles. Até que ficou claro demais. Em resumo: eu te amei. Eu me iludi. Acreditei que tudo tinha sido bom e que fosse digno de se lembrar, mas, nada estava bom. Você não foi o melhor, foi o pior. Você tirou de mim o que de melhor eu tinha. A minha confiança, a minha coragem de arriscar. Você não foi bom pra mim. Eu me enganei. Desde o início eu me enganei. Eu tive medo de perder, mas, eu nunca te tive.
Agora pode parecer contraditório, mas, peço-te que não vá embora, não permita que eu sinta falta de sua presença. Fique, mas, arranque de mim as suas migalhas. Leve o teu vulto que me perturba. Eu já não preciso de você, mas, desejo que esteja por perto. Gosto muito de tudo em você, mas, já não desejo pra mim. Quero seu ombro, não mais a sua boca. Eu não quero levar comigo os restos seus. Peço que os carregue pra longe, eu já os lancei ao mar, mas, eles insistem em voltar. Ordene para que eles estacionem em uma ilha deserta, não permita que ninguém mais os toque, não permita que invadam a minha memória. Me libertei de ti, só resta libertar-me das lembranças. Aí estarei pronta. Estarei curada. Sem feridas e sem memória. Se é isso que desejas, o faça. É esse meu último pedido, meu último grito. Último.

Adeus.


"Oh, pedaço de mim. Oh, metade amputada de mim, leva o que há de ti que a saudade dói latejada é assim como uma fisgada no membro que já perdi." 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Marmitas, recreios e segredos.


Não irei gastar minhas palavras para descrever um sentimento que não deve ser descrito e sim sentido. Nossa amizade ultrapassou os limites de uma simples amizade de colégio e se tornou o que é hoje. Ela não mudou e acredito que saiba do que eu estou falando. Nós construímos algo que poucas pessoas são capazes. Direi a você a única frase que pode resumir todas as minhas palavras: Eu te amo.
Que outra coisa eu poderia dizer com tanta sinceridade? Quero deixar claro que não quero que nossa amizade se limite a palavras apenas, já que elas não são o suficiente. Quero demonstrar cada "Eu te amo" já dito, por meio das minhas atitudes. E por isso, espero que lembre-se que é por isso que estou aqui. Lembre-se de contar comigo, como já fez outras vez, para que eu tenha a oportunidade de lhe mostrar o significado desta frase. Acredito que só eu e você entendamos o quão intenso é o que nós construímos, já que ainda há pessoas que duvidam disso. Ah, que se danem. Eu te amo, melhor amiga. E enquanto minhas palavras forem válidas, eu repetirei isso. Inevitavelmente, é diferente agora do que era há um ano atrás quando ainda estávamos juntas todos os dias, mas, costumo dizer que "nada mudou" porque é assim que me sinto, pois, sempre quando a distância se mete no meio de dois amigos, uma hipótese que devemos considerar é que eles irão se separar mesmo que digam que não, mas, não foi isso que aconteceu. Porque ainda temos: Assunto, segredos e histórias. Sempre que possível temos: Abraços, sorrisos e risadas. Tudo como antes. 
Porém, há uma coisa. Uma coisa que mudou nesse período foi que a minha admiração por você cresceu, por quem você é. O meu amor por você cresceu também, disso eu não duvido. Minha vontade de contar momentos e histórias. Descobri que podemos aprender muito juntas. 
Gosto muito de como somos parecidas e diferentes, de um jeito equilibrado. De como podemos ficar sem discutir, sem brigar. Uma sempre respeitando a opinião da outra. De como minhas futilidades se tornam assuntos interessantes. Ah. Não quero ficar listando aqui. Eu iniciei este post, simplesmente para tentar esclarecer algo que é indescritível. 
Depois de tudo já dito aqui, que ainda expressa pouco, acho que tenho que agradecer. Agradecer por você permitir que eu confie em você, que eu sinta que posso compartilhar aflições e futilidades. Muitas futilidades. Agradecer por me aguentar por dias, por horas, por ano. Por ter estado comigo mesmo podendo estar com muitas outras pessoas, por todos os recreios, conversas de msn, idas a minha escola e vice-versa. Por de um jeito simples, me fazer muito bem. Ainda irá fazer 2 anos que a vida nos apresentou, 2 anos que se parecem décadas, que aliás já estão próximos se se completar, mas, já tenho a total certeza de que desejo poder partilhar com você muitos momentos ainda.
Amiga, ah, como gosto de usar esta palavra. Obrigada. Obrigada por seu apoio, é sério. Obrigada por me ensinar tantas coisas, por me mostrar a sua visão do mundo e deixar que eu conheça os seus sonhos e permitir que eu torça por eles. Há tantas coisas que ainda podemos viver, né? Tantas já planejadas e outras tantas não planejadas, espero estar com você para vê-las. Creio que já te conheço bem, mesmo ainda tendo muito a conhecer, conheço a Jéssica que tem vontade de ser um monte de coisas no futuro. Que ama mesmo e não disfarça. Que é simpática com muitos e tem um instinto meio revolucionário. Que admira Chico Buarque e Forfun. Gosta de mpb e ri com a mão na boca. Que tenta não se importar com o que os outros irão falar, que sabe escrever muito bem, mesmo que não assuma. Que admira pessoas com história de vida. Que tem um abraço muito confortante. Flamenguista. Que conhece muita gente e sabe diferenciar grandes amizades de amizades temporárias (mesmo que eles não saibam.). Tem uma alma de artista, eu sei. Que, com toda a minha certeza, faz diferença na vida de muitas pessoas. E que é diferente, diferente do comum. Tem milhões de defeitos e milhões de qualidades.
Enfim, escrevo lhe essa carta para mostrá-la o que o meu coração carrega por você. Tenha certeza que não é só isso, ainda há muito mais a dizer, mas, devo guardar para outros momentos. Para que não se esqueça que eu te amo, mesmo que venham muitos amigos e podem vir muitos. Mesmo que não tenhamos fotos bonitas juntas, nem nos vejamos sempre, peço-te que não se esqueça disso. E lembrar-te o quanto nossa amizade é distinta e que eu sei que iremos tratar dela com cuidado, para que cresça muito.
Escritora, amiga e companheira. E é a melhor nisso.
P.s: Eu te amarei até o fim.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O não-sentir.


Uma coisa é certa: Pior do que a própria dor é a angústia de não sentir nada. Nada é uma palavra muito profunda, muito impossível, que nesse caso deveria soar como "nada do que deveria" ou "tão pouco que me é desprezível". Quando se percebe que o que sente não é suficiente, que seu coração deveria se libertar mais um pouco, afundar mais um pouco no desconhecido? Isso acontece quando vemos nos olhos dos outros um brilho que não há no seu, que tinha o dever de estar! Ele tinha. Quando sentimos que aquilo já não importa mais, que você já não liga... Não consegue nem ao menos sentir ódio por isso. Ódio pelo seu coração não responder como deveria, pelas suas mãos não gelarem como deveriam, pelos seus pés e pela sua barriga não agir como é de praxe, enfim, pelo seu corpo inteiro não vibrar por nenhum sentimento. Por ele apenas permanecer vazio e sem sabor. Não estou me referindo apenas ao amor - que com certeza é quase se não o principal sentimento a quem me refiro - estou falando também de sentimentos base, como: raiva, preocupação. A falta-de-raiva é notada quando acontece algo que você sabe que deveria matar alguém, bater em alguém ou falar algo, mas, você não o faz. Não por medo ou covardia. Simplesmente porque você já não vê como necessário, você não liga mais, não se preocupa mais... Mesmo sabendo que era necessário essa sua raiva pra mudar algo, mas, isso não acontece. Porque você simplesmente não consegue. No caso da falta-de-amor, é bem simples. É quando alguém consegue te amar, consegue querer você por perto e você não deseja o mesmo. É a melhor pessoa do mundo e ela está nas suas mãos e você não a quer. Não por um ou outro motivo e sim porque você só não consegue querer.  isso. É quando você vê aquele seu amigo indo pra um lado errado ou apenas se afastando de você e não faz nada. Porque você já tentou tantas vezes e não conseguiu, não é? E agora já não importa tanto, já não faz diferença. Desistir das coisas não é o melhor, nunca. Mas não consegue. Seu corpo já não sente forças pra seguir lutando e então sem ao menos esperar uma decisão sua... ele desiste. Ele para. Ele deixa de sentir, só pra que essa escolha de querer ou não, não fique mais nas suas mãos.
Junto com isso vem aquela angústia. Aquela de saber que a culpa é toda sua, de não entender o porque disso. Porque você sabe que as chances daquilo dar certo ou mudar dependiam de você. Mas, não dá pra fingir algo que não é. Só piora as coisas, só piora tudo. É horrível fechar os olhos e conseguir pensar horas do dia sobre isso, que é quando você fica se perguntando porque isso não acontece. Dói. Dói mais do que a própria dor, porque tem futuro e outras pessoas envolvidas. Acredite se quiser, mas, eu sou uma pessoa que me preocupo demais com o futuro e com outras pessoas. Sentir dor diretamente é bem mais fácil, porque você sabe o porque, sabe o por quem e sabe que isso vai passar. A dor é só sua, só quem sente é você e pode ser feito várias coisas para mudar isso. A sua dor não atrapalha a vida dos outros, não magoa os outros. Ela só atrapalha a sua e só machuca você - diretamente -. E quando o problema é contigo é bem mais fácil esconde-lo ou cura-lo mesmo que momentaneamente, porque só você sabe como fazer isso. Mexer com a vida dos outros é bem mais complicado. Sentir dor, sentir-se machucado ou magoado por outra pessoa é como estar dentro de um carro sozinho e você não tem o controle, quem dirige é o que sente, mas, só você está dentro do veículo e se algo acontecer, só irá acontecer com você e não tem culpa. Já quando o não-sentir acontece, você está em um carro onde a pessoa que será influenciada pela sua falta de sentimentos estará nele também e quem dirige é você, a culpa será toda sua se algo acontecer. Aquela angustia e culpa fica com você, não tem o que fazer. Acaba o machucando porque não pode não fazer isso, mas a culpa é o que consome tudo.
Na verdade, tudo isso é um paradoxo. Porque não-sentir envolve sentir outras coisas. Não sentir o necessário, acho que esse seria o nome. Enfim... Quando isso acabar, saberemos se foi melhor assim. Ou não.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Catavento. (Cap V - Só isso?)

Sexta-feira a noite e eu encolhida no meu sofá enquanto assistia um filme qualquer de qual nem lembrava o nome. Fazia exatos 10 dias que eu sai da minha antiga casa e que o Phillip saiu da minha vida, nesses 10 dias eu não havia cruzado nem uma só vez com ele pela rua, nem pelo café… nem por lugar nenhum, na verdade. Era estranho como tudo isso não me afetava tanto como naquela primeira noite, estranho como a dor ia diminuindo com o tempo e me fazia pensar que ela ia realmente desaparecer um dia. Ah. Uma coisa que eu devo acrescentar é que o provavel responsável pela falta de dor ou diminuição da dor foi o Peter… ele tem sido mesmo anjinho, me liga todos os dias e aparece aqui quase todos também. Eu não tinha noção de quanto ele podia ser agradável, na verdade, eu tinha noção… só não sabia ao certo.
Odeio ficar pensando sobre a minha vida e essas coisas, tudo isso só faz sentir-me mais inútil e frágil. Liguei pra Julie e pedi pra que me entretesse com algum assunto fútil que ela é tão capaz de criar.
- Ué, Pet não está aí? – Sorri maliciosamente.
- Não, Jul. Ele também não ligou hoje, não o culpo de querer fazer algo mais interessante do que ouvir como foi o meu dia em plena sexta a noite. – Continuei – Enfim, suas pertubações a parte, nos encontramos daqui a meia hora, ok?
Desliguei o telefone pra me certificar que não teria que ouvir mais nenhuma palavra dela sobre Peter, já não bastava a confusão que a minha mente fazia as vezes sobre ele? Afinal, não nos confundimos com nossos amigos, não é mesmo? Isso não é uma coisa normal de acontecer. Talvez por estar sensível e magoada. Ou por ele ser tão gentil, tão útil e… Nossa! tão lindo.
Peguei o meu vestido roxo dentro da caixa de algumas roupas que ainda não tive tempo de colocar no armário, corri para o banheiro e em alguns minutos já estava vestida. Sapatos pretos com detalhes em camurça, muito creme hidratante e muito rimel. Dentro de alguns instantes estava pronta e saindo de casa em direção a uma espécie de Pubs daqueles que a gente encontra em Londres e que nem parecia estar dentro de Nova York.
Julie ainda não estava lá, então resolvi sentar no bar para pegar uma mesa só quando ela chegar. Eu olhava para porta com alguma frequência esperando ver alguém conhecido, tentando não me sentir tão deslocada naquele lugar, já que fazia tanto tempo que eu não saia sozinha e estava tão insegura! Fechei os olhos e tentei consertar o rímel que parecia ter borrado e quando abro os olhos vejo um homem sentado bem na minha frente, tentei ajeitar a visão para identificar quem era. Era Peter! Nesse momento uma felicidade instantanea invadiu a minha barriga, os meus olhos… a mim. Não sei dizer se foi só por ser alguem conhecido ou porque não havia trocado palavras com ele as últimas 24hrs e o ver me deixou realmente feliz. Ah, não sei, só uma palavra para tudo isso: Confusão.
- Posso dizer oi ou você prefere ficar sozinha com os seus pensamentos? – Olhou diretamente em meus olhos e levantou a sombrancelha sorrindo ardentemente, tão atraente.
- Oi. – Foi só o que eu pude dizer e eu não sei porque.
Ele levantou e veio beijar a minha testa e seu peito ficou tão perto de mim que pude sentir o seu coração bater e bater. Quando sentou no banco fez o pedido de uma bebida e virou-se pra mim sorrindo.
- Estava com saudade. – Segurando minha mão direita com firmeza ele continuou – Eu realmente estava com saudade.
- Isso é tão estranho. – Eu disse.
- O que é estranho? Não posso sentir saudade de você? – Ele pausou. – Não entendo.
- Não, não é isso. – Eu voltei a olhar pra frente. – Estranho é como estamos ligados esses ultimos dias. – Continuei. – Só tenho que agradecer a você.
- Se você disser a palavra agradecer mais uma vez, eu juro que não faço mais nada. – Eu sorri junto com ele enquanto ele dizia isso com um tom de brincadeira e ele continuou – Nao é pra agradecer, eu faço isso porque gosto de você.
Eu realmente esperei um “Eu gosto de você porque você é minha amiga” mas não ouvi, e eu realmente não sei se era mesmo isso que eu queria ouvir. Ficar fitando aqueles olhos azuis penetrantes só fez me deixar mais confusa, mais cansada de pensar em o que eu estou sentindo. DROGA, EU NÃO CONSIGO SABER O QUE SINTO. Eu pensava isso enquanto analisava cada canto do seu rosto, eu estava tão perto que podia ver cada minúsculo resto de sua barba mal-feita e isso me constrangia, essa proximidade me fazia corar. Acredito que seja só uma gratidão imensa por tudo isso… ou não. É, é só isso.
Esse foi o momento em que Julie enconstou seus dedos nas minhas costas e fez com que eu me enrigecesse em um estalo e então virei-me pra ela e sorri com cara de quem estava fazendo algo errado. E eu não estava. Não é mesmo? Só estava olhando amigavelmente e sem motivos para um antigo amigo, só isso. Só isso?

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dias não-escritos.

Você está sentado em algum lugar que não é a sua casa, em uma noite que não é a sua noite, com pessoas que não são você, que não sentem o que roda na sua barriga. Quando você de repente percebe que sua vida não está caminhando do jeito certo, que você tem errado, e as coisas já não são mais como você pensava que fosse. Seus amigos estão um pouco mais longe, os de perto agora são outros. A vida que você estava vendo não era a sua, ou melhor, não era o que ela é de verdade, era apenas uma imagem mais bonita dela que você olhava superficialmente e acreditava. Sua vida na verdade tem passado incolor, insípida e inodora. Não há verde nela. Os dias passam, você ri, você brinca, você chora, você vive, porém, quando está sozinho que é o momento que você é só você e mais ninguém, você vê. Você vê que sente falta de pessoas, que tem trilhões de coisas que sua mãe não sabe sobre você, que ninguém sabe sobre você, que algumas coisas que você fez.. não fazem muito sentido.
Esse é o momento que você analisa cada instante que passou dos seus últimos insípidos dias, procurando a solução, procurando em que diabos esconderam-se as cores das suas tardes. 


Tudo bem, nem sempre tudo será tão bom, tão verde, tão agitado. Tudo bem. E você vai continuar vivendo, continuar olhando para as estrelas perguntando quando tudo vai se tornar mágico, você vai continuar sorrindo para a sua amiga e esperar um abraço. Você vai continuar falando com aquele/a garoto/a esperando que ele olhe pra você e diga que vai estar com você. Você vai continuar explodindo com a sua mãe sem motivo ou pode ser que isso não aconteça. Pode ser que tudo não se transforme de uma hora pra outra, pode ser que para que isso aconteça você tenha que respirar fundo seguidas vezes e parar de olhar paras estrelas e focar somente na lua, segurando pra não deixar que transborde dos seus olhos o que está enchendo o seu coração, a sua barriga ou até os seus pés... Suas lágrimas podem escorrer nas suas mãos que jogam tudo no chão durante uma crise, ou nos seus braços que se apertam sobre o seu peito, elas podem escorrer de diversos jeitos, com diversos jeitos, podem o faze-lo mesmo que seus olhos permaneçam secos. Por um tempo pode ser que tudo seja assim, mas, um  dia, você verá que sorrir quando não quer pode valer a pena, muitas coisas podem valer. Você verá as coisas mudarem, as cores voltarem... só precisa acreditar.


"Quando tá escuro e ninguém te ouve quando chega a noite e você pode chorar. Há uma luz no túnel dos desesperados. Há um cais de porto pra quem precisa chegar. Eu tô na lanterna dos afogados, eu tô te esperando, vê se não vai demorar.
Uma noite longa pra uma vida curta, mas já não me importa basta poder te ajudar e são tantas marcas que já fazem parte do que eu sou agora,mas ainda sei me virar."

sábado, 23 de outubro de 2010

Catavento. (Cap IV - De volta a vida real.)

Sentados no tapete da sala nós comemos em silêncio, estava uma delicia! E pelo visto não era só eu que estava com fome, o Pet parece também estar, devorando tudo de um jeito… que deixa seus maxilares maiores… mais bonitos.
- Vai ficar aí me observando comer, ou vai me ajudar a levar isso pra cozinha, maluca? – Ele diz já de pé e com uma das mãos esticadas pra me ajudar a levantar e a outra com os nossos pratos sujos. – Ou! Tá me ouvindo? – Ele diz levantando as sobrancelhas de um modo que só ele sabe fazer, que desde que nos conhecemos eu batizei essa cara dele de: cara do pet. Original demais!
- Hã? Claro né! – Digo isso já chegando na cozinha e começando a lavar os pratos.
Enquanto lavo os pratos, o Pet fica sentado no balcão olhando pra mim com aqueles olhos azuis de vigia, não sei o que pensar, nunca corei com coisas que o Peter faz tantas vezes em um único dia. É estranho isso! Será que ele pensa em ir embora? Não que eu queira que ele fique, mas… é só uma duvida.
- Acho que vou indo né? Nos vemos amanhã, vizinha? – Ele diz isso já envolvendo os seus braços envolta de mim e soltando todos os seus sorrisos, vejo que ele deixa suas mãos descansarem em minha cintura. Será que ele esqueceu elas aí? Hm.
- Já vai então? – Em poucos passos estamos na sala, eu abro a porta e ele se vira pra sair, e eu permaneço com a porta aberta talvez esperando ele sair do meu campo de visão.
- Amb? – Ele se vira e continua – Só queria que você ficasse sabendo, que eu estou aqui. Não importa pra que, eu estou mesmo aqui. Pode me ligar qualquer hora dessas, se quiser compania ou sei lá – Ele sorri. – Consertar alguma coisa.
- Você sempre esteve. – Eu respondo o enchendo de olhares agradecidos.
- Não, agora eu estou mesmo aqui. Prontinho. – Ele vem na minha direção. – Pra qualquer coisa. – Depois de dizer isso ele me dá um beijo na bochecha bem rapido e desce as escadas chacoalhando os cabelos.
Acordei atrasada de novo, são 7:10 e eu preciso estar na Bells às 8hrs. Merda! Merda! Merda! Nunca me arrumei tão rápido, desço as escadas passando as mãos pelos cabelos lavados, tentando coloca-los no lugar certo. Ando pelas ruas apressada, sem ao menos observar a travessia das ruas.
- Amb! Ambeeeeer! - Ouço gritarem o meu nome, mas, não sei de onde vem esse som, já estou em frente a porta dourada da Bells e passo os olhos por todo meu campo de visão, pra ver se acho alguém. Até que vejo Mia. Mia era uma estagiária da Bells, que sempre me dava a impressão que estava me seguindo. O sonho da vida dela era ser jornalista de lá, como eu. Ela é uma menina desajeitada, sempre cheia de pastas nas mãos e sapatilhas nos pés, não posso dizer que se veste mal, mas... para ser uma jornalista da Bells, tem que ser tudo e mais um pouco. Só lhe desejo boa sorte.
- Trouxe fotos incríveis da Charllote Ryo, você vai adorar! Quer ver agora, ou... - Ela para, talvez pensando se eu estava mesmo a ouvindo, já que não parei e continuei entrando no prédio. - Tudo bem, Amber? Quer dizer... você tá meio... - Ela continua. - Tudo bem?
- Ah, depois conversamos melhor, vai pra sua mesa, que depois a gente se fala, tudo bem? - Tentei não ser grossa, mas, seus olhos cairam e eu me senti um pouco culpada por isso. Gritos interrompem meus pensamentos culpados, e eu me encolho na cadeira. Gritos a essa hora da manhã. Parece que alguém está de mal humor hoje. Bem, percebo que estou de volta a rotina de sempre... de volta a vida.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Catavento. (Cap III -

Abro meus olhos e tudo está embaçado, espere aí, eu dormi mesmo, por quanto tempo eu dormi? Ai, meu Deus. Vejo que eu já não estou mais no balcão da cozinha e sim no sofá da minha nova casa, espere espere, o que o meu sofá está fazendo na minha nova casa e não na velha casa? Tá, agora tudo está girando, será que eu fui dopada? ou estou sonhando? tá tá, tá muito confuso.
Sento me no meu-sofá-que-está-na-casa-nova e começo a olhar por todos os lados, contorcendo a cabeça pra ver se consigo achar uma explicação pra isso, até antes de eu dormir a casa estava vazia e agora tudo meu está aqui. Ouço a voz do Pet na sala e então vou até lá, ele já não está mais com a blusa cinza que estava antes, agora ele está sem ela e a carrega em seus ombros, ainda está com a mesma calça, então eu não posso ter dormido mais que algumas horas. Ele diz algo que eu não consigo ouvir para um senhor que está na porta do apartamento, um senhor com suor descendo no rosto e uma cara de quem não é simpático.
- OK, brigadão! – Ele diz fechando a porta e virando se pra mim. – Amb? não sabia que tinha acordado. – Ele deixa um sorriso imenso invadir o seu rosto suado, enquanto limpa o suor com a palma das mãos.
- É, mas… o quê? – Eu ainda estou sonolenta. – O que aconteceu? Como essas coisas vieram pra cá? – Meus olhos invadem os dele procurando alguma explicação. Será que ele trouxe tudo pra cá em seus próprios braços musculosos? Ah, improvável… ele tem musculos, mas, não tantos.
- Ah, isso? – Despara em rir. – Mágica. – Continua a rir, e me faz soltar um sorriso, só porque ele está sorrindo com uma cara cínica, como se esperasse que eu realmente acredite no que ele disse.
- Porque será que eu não desconfiei? – Falo tentando soar irônica, mas, eu sempre tenho a impressão que eu não sei ser irônica. – Tá, agora diz o que você fez!
- Então… – Ele diz enquanto vem na minha direção – Eu achei que você ia se estressar demais tentando colocar tudo no lugar, daí eu resolvi fazer isso pra você. - Agora ele usa os dedos para tirar um fio de cabelo meu que está grudado em minha testa, e deixa os seus dedos repousando nas minhas bochechas que agora estão corando.
- Obrigado. – Digo enquanto sento no tapete da sala, que está esticado impecávelmente. Que cuidadoso! – Você sabe que não precisava, eu poderia ter feito sozinha.
- É claro. – Ele diz isso cheio de sarcasmo, será que ele acha que eu sou tão inútil que não posso nem fazer uma mudança sozinha? pff! – Hmm, a Claire ligou e a Julie também, eu disse que estava tudo bem. – Ele lança seus olhos azuis para mim esperando que eu confirme que está tudo bem, eu balanço a cabeça confirmando, é, parece que tudo estava ficando melhor mesmo. – Achei estranho porque elas disseram que desde… o acontecido você não telefonou pra elas.
- É, eu tava tentando esclarecer as coisas na minha cabeça antes de esclarecer as coisas pra alguem. – Eu digo isso catando uma almofada que está perto de mim, e a abraço. – O que vamos fazer agora? acho que estou com fome.
- Que tal, comida indiana? – Ele solta um sorriso de eu-imaginei-que-você-estivesse-com-fome, é, ele tem esse sorriso, que estranho! – Vai chegar daqui a pouco.
- Comida indiana? – Começo a imaginar a comida, e minha boca se enche de água. – Claro! Claro!
- Posso tomar banho aqui? – Ele fala isso escondendo os lábios. – Se não se importa, é porque lá em casa está sem água quente e imagino que você não queira que eu morra de frio, nem nada. – E lá está ele sorrindo de novo.
- Não, tá tudo bem, pode ir. Eu realmente não quero o meu agente de mudanças morto por aí, né. Ao menos que eu tenha matado ele, aí tudo bem. – Falo séria, mas ele não responde. Apenas anda em direção ao banheiro, com uma troucha de roupas em mãos.
Começo a procurar meu celular freneticamente, não consigo me lembrar onde botei. Onde? onde? Parece não estar em lugar nenhum, eu preciso dele, preciso ligar pra Julie e logo depois pra Claire, tá, e pra minha mãe. Vou indo em direção a porta do banheiro pra ver se o Pet me responde.
- Pet, sabe onde eu coloquei o meu celular? – Eu falo esperando para que seja mais alto que a ducha do chuveiro. – PETER! PETER! Cadê a merda do meu celular? – Ele não responde, mas, ouço o chuveiro se calar. Ele abre a porta e vejo que ainda está de toalha, e molhado, mas, ele só abre um pouco da porta.
- O quê? – Ele diz com uma cara de confuso.
- O meu celular. – Eu digo sentindo o meu sangue ir para as minhas bochechas que estão corando, não sei porquê.
- Hm, já viu se tá no balcão da cozinha? – Ele sorri tentando ser simpático com a pessoa que atrapalhou o banho dele, e bate a porta.
É, está no balcão da cozinha, que esperta, não? Disco o número de Julie e espero na linha por um tempo, tenho a impressão que tocou 100 mil vezes e nada, aí desligo. Agora o número de Clarie.
- Am! Am! Como você está? – Ela diz, antes mesmo que eu possa dizer alô, ouço barulhos estranhos que é provavel que venham dos filhos dela. Ah, Clarie é a única das minhas amigas que é casada, daí sempre temos a impressão que ela não tem tempo para nós.
- Só liguei pra dizer que estou viva, amiga. – Respondo. – É que eu to esperando comida aqui e o Pet está no banho, daí não quero correr o risco de não ouvir e eu…
- O Pet? – Ela me interrompe, muito mal educadamente. – Ele está com você? – Ela sorri maldosa.
- Não. – Respondo rápido. – Quer dizer, está aqui, mas, não está comigo, entendeu? Ele tá só me ajudando com a casa nova e com tudo. Sabe como é?
- Não sei não. – Ela ri ainda. – Tudo bem, tudo bem. Vou desligar, não quero incomodar. – E desliga.
Ah, o que ela queria dizer com todas aquelas risadas? Argh! sempre ela mesmo. Sempre.
- A comida chegou. – O Pet diz invadindo a cozinha, com os cabelos negros muito molhados e ainda sem camisa, agora com uma outra calça. Seus musculos estão parecendo maiores, dever ser porque ainda há água neles. Nossa!

sábado, 18 de setembro de 2010

Catavento. (Cap II - Vida nova, casa nova.)

Estou dentro da banheira tentando processar as ideias, tentando pensar, já faz mais de uma hora e nada. Resolvo então sair de casa e ir procurar um lugar pra morar, não quero ter que olhar para as coisas que antes eu dividira com Phillip e que agora não serão mais nossas, apenas minhas, já que ele disse que tudo o que queria levar ele já havia pego (isto é, duas malas e a jaqueta enrolada em seus braços, e com certeza sua carteira estufando de notas). Em alguns minutos eu já estava pronta, parada no hall procurando minhas chaves quando o telefone toca.
- Hm, Amber? – Ouço a voz do Peter do outro lado da linha, provavelmente ligou pra ver se eu ainda estou viva.
 – Oi, Peter, fala. – Percebo que ele suspira como quem está aliviado por eu não ter cortado os meus pulsos ainda, de fato ele me conhece bem, pois, eu pensei nisso pela manhã enquanto ainda estava na cama, mas, era certo que eu não ia realmente fazê-lo.
 – Então, imagino que você esteja precisando, você sabe, de um lugar pra morar.
 – Sim sim, isso mesmo, o que é? sabe de algum lugar?
 – Sei sim, Amber, aqui na minha rua tem um apartamento livre, acho que por enquanto seria bom pra você.
- Ah, claro, então irei passar aí para ver como que fica isso hoje mesmo, quero dizer, agora mesmo, estava mesmo saindo de casa.
– Tudo bem, já tomou café? que tal daqui a meia hora na Starbucks, Amb?
 – Ok, até lá.
Assim que saio do elevador, sinto que os funcionários da recepção continuam me olhando, talvez pela cena que eu fiz ontem, que até agora eu não consigo acreditar que eu fiz mesmo aquilo, é, aquilo de correr que nem uma louca gritando, tento afastar os pensamentos constrangedores do fim da tarde de ontem. Na porta do hotel, observo a rua, vejo que tudo está como era antes, sabe? (antes é quando o Phillip ainda me amava), vejo que o fato dele ter me abandonado, não fez com que nada mudasse lá fora, acho que foi só aqui dentro, só aqui dentro que sinto tudo fora de ordem. Começo a andar em direção a Starbucks, que fica há umas duas quadras dali e vou observando as pessoas na rua, como se fizessem parte da minha família. Falando em família, penso em fazer uma visita a eles esses dias. Uma mulher com um bebê… um cara com pressa… outra mulher com um bebê… um casal… mais gente com pressa… um casal… um casal. Nossa, quantos casais! argh. Entro na cafeteria e vejo o Peter lá sentado no balcão, olhando para mim enquanto eu invado a porta, com seus olhos azuis quase me filmando e então eu sento ao seu lado e sorrio.
- Como você está, Amb? estava preocupado em como você ia ficar depois de tudo. – Ele diz tão rápido que parece vomitar palavras que já estavam martelando em sua mente há séculos.
– Tudo bem, eu acho. – eu tento sorrir, mas, eu sei que ele não acredita, afinal, estou falando do meu melhor amigo, e ele me conhece mais do que eu mesma. – Vai ficar tudo bem.
– Ah, o apartamento, já conversei com o proprietário, acho que você pode se mudar hoje mesmo, ele deixou a chave comigo.
 – Ah, que noticia ótima. – Sorrio, de verdade dessa vez. – Vamos indo, eu quero ir lá ver. – Ele acente com a cabeça e levanta.
Carregando o meu Caramel Macchiato de sempre, que hoje estava estourando de tão quente, atravesso a porta da Starbucks com Peter vindo logo atrás de mim com o seu Brewed Coffee e sua jaqueta em suas mãos, hoje ele parecia estar mais arrumado do que o normal, uma blusa cinza e calças surradas que o deixam bem… interessante. Nós caminhamos aquelas quadras em silêncio, acredito que ele esteja com algum sentimento de pena, ou alguma coisa assim, algo tipo: “Tadinha, ela foi abandonada pelo amor da vida dela”. Ele abre a porta do prédio branco amarelado, e olha pra trás sorrindo, como se tivesse uma surpresa lá dentro, seus olhos azuis sorriam também e nesse momento eles invadiram os meus. Fui seguindo o Pete uns dois lances de escada, meus pés batiam fortes como quem tenta ter passos firmes, mas, era em vão. Por um momento pensei que fosse cair então coloquei minha mão dentro do bolso de trás da calça do Peter para me equilibrar.
- Ou, não precisa abusar de mim né? – Ele olha para trás e balança a cabeça de um jeito que faz seus cabelos negros, que ele nunca lembra de cortar, chacoalharem e sorri despreocupado.
- Ok, vou me conter, da próxima vez eu caio da escada. – Eu respondo, soltando uma risada. Então Peter vai abrindo a porta do que será a minha nova casa.
- Voilà – Ele diz fazendo biquinho e piscando. – Bem-vinda, vizinha. – Continua – Prometo trazer uma torta ou qualquer coisa dessas que os vizinhos trazem de boas vindas.
- Ah, não precisa, tenho medo dos seus dotes culinários, mon cher. – Solto uma gargalhada – mas, obrigada por isso, mesmo. Nem precisei procurar uma casa.
- Não agradeça, vamos ver o resto do ap. – Ele diz se aproximando de mim, me pegando pelo braço e me arrastando por todos os cômodos. – Vem, vem.
- Que animação, Pet! – Fico mais animada também e o sigo.
Peter passa a mão pela minha cintura e me carrega do banheiro até a cozinha, com suas mãos apertando com força o meu quadril. – Essa é a melhor parte! – Diz me colocando em cima do balcão que divide a cozinha e onde será minha sala de jantar. – Acho que o cara que morava aqui era cheff, por isso aplicou mais na cozinha.
- Eu vou adorar morar aqui, já estou me sentindo melhor. – Falo isso deitando no balcão vazio e respirando profundamente o ar da minha nova casa. Peter senta no balcão também e coloca suas mãos grandes em meu rosto. Espera, o que é isso? O QUE É ISSO? Eu levanto em um estalo e me ajeito pra ficar sentada ao seu lado. Sinto o meu rosto corar, minhas bochechas ardem.
- Calma, Amb. O que é? está com medo que eu faça algo com você? – Ele abaixa a cabeça – Só estava tentando ver você sorrindo, hoje pela manhã você parecia tão triste. Por causa daquele, aquele… – Ele levanta o rosto e se vira pra mim, deixando suas sobrancelhas ficarem franzidas. – Canalha que você ia se casar.
- Ia – Eu repito. – Ia – Recosto meu rosto nas minhas mãos, e olho ao redor do cômodo. – Minha casa. – Suspiro.
Quando fui ver, seus braços já estavam envoltos em mim, e a minha cabeça recostava em seu peito e foi quando eu apaguei.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Catavento. (Cap I - Corrida do adeus.)

- Volta aqui, Phillip! – eu disse, arfando de ódio, o sangue em minhas veias parece correr de forma que eu posso sentir ele passeando pelo meu corpo – Volta aqui, merda! – Eu digo, já desistindo de correr e me sentando em algo que parece ser um puff, mas, que eu nem me preocupei em ver o que era antes de me sentar.
Vejo que estão todos me olhando, de certo pensando em como eu era maluca ou o que me leva a correr (e gritar) por todo o térreo do Doubletree Metropolitan, desde o elevador até a porta do Hotel. Afundo o meu rosto em minhas mãos e finalmente estou pensando com calma no que acaba de acontecer, “Não temos mais nada para conversar, eu estou indo” “Pare, Amber! você vai superar!” “Não me siga, não, não temos mais nada pra falar”. As palavras parecem ecoar na minha mente, dançando de forma embaralhada e embaçada em minha cabeça, que está só dificultando que tudo pareça verdade. Tudo bem, ele foi embora, tudo bem pra mim, tudo bem. Ele está indo morar em algum lugar da cidade que não é a nossa cobertura na Lexington Avenue, talvez com outra pessoa, ele não disse. Na verdade, ele não disse nada além de “vou embora, amber” e algumas variações disso, não disse porquê ou por quem. Talvez me ache gorda demais para alguem tão bem sucedido, talvez eu tenha que arrumar um emprego melhor agora, não, espere, aonde eu vou morar? meu dinheiro é de longe suficiente pra pagar aqui. É isso mesmo, merda, aonde eu vou morar? Talvez durma no metrô durante um tempo e depois arrume um loft no Brooklyn pra morar, ah, qual é, a quem estou tentando enganar, definitivamente eu não vou dormir no metrô.
- Senhora, acho que o senhor que passou correndo aqui deixou um recado para a senhora lá na recepção. – Um homem de aparência jovem, diz interrompendo meus pensamentos desesperados.
– ah, tudo bem, obrigada. – Me levanto e vou cambaleando no salto que detona os meus pés a cada passo, parece que acabo de sair de uma caverna, sinto como se tudo doesse.
- Oi – digo para a moça que parece ocupada atrás do balcão. – Meu noivo, digo, ex noivo, hmm, deixou um recado para mim aqui, é… eu acho, tem como? é… – As palavras saem confusas depois que pronuncio a palavra ex noivo, tento me acalmar, meu coração ainda está agitado.
 – Amber? – ela diz, direcionando os seus olhos negros para me analisar.
 – Sim, eu mesma. – Sorrio, e ela entrega um papel rabiscado no que parece ser a letra de Phillip escrita com rapidez.
Amber, me desculpe sinto muito, nós conversaremos sobre tudo o que for necessário dentro de alguns dias, depois que eu voltar da Flórida. Lembre-se o que eu disse, não há nada de errado com você, eu só… irei embora agora porque não
P.s: Você pode ficar no hotel essa noite, mas, sinto que terá que procurar outro lugar em alguns dias. 
Phillip.
Poucas lágrimas escorrem dos meus olhos, enquanto dobro o papel e enfio no bolso do jeans e sigo em direção ao elevador, os números sobem no painel 11,12,13… e a única frase que eu consigo pensar claramente é que tudo irá mudar a partir de agora.
                                                  -

sábado, 14 de agosto de 2010

Olhos certos.

 
Você acha que está tudo indo errado. Você não só acha, você sente que está tudo fugindo do pequeno controle que antes você via, antes você podia tomar posse dele de vez em quando, pra decidir ou escolher algo. Mas, nesse momento você vê que nada é pra você, que está tudo longe e inalcançável e tudo é tanto faz, tanto fez.
 Derrepente você vê que as coisas começam a tomar forma, derrepente você aprende que nem tudo depende de você, que decisões só suas inexistem, e que as coisas acontecem porque tem que acontecer, e que Deus é o único que sabe de tudo isso, e te vê a todo momento, e que faz tudo certinho, jamais escreve em linhas tortas, somos nós que não sabemos ler direito. Para que você veja tudo isso, foi preciso uma coisa muito pequena, uma pessoa, um olhar, as estrelas lá no céu, qualquer coisa simples. 
Quando você vê que tudo faz sentido, não há o que questionar, você sabe, você sente que está tudo bem e não falta mais nada, você se prende e quer resgatar, dependendo do que te fez ver isso, você se liga a isso, e agora quer fazer o que pode pra não perder isso. Isso que te fez ver que há um sentido, que há uma direção, que você é útil e necessária.
Agora, falando de mim, venho agradecer a pequenina pessoa Davi que fez eu desenvolver um amor pelos seus olhinhos, e por ele mesmo. A criança que me deu vontade de ir pra onde fosse pra mantê-lo seguro, que não apenas pra deixa-lo bem, não, não somente isso. Ele simplesmente me fez ver como é fácil se alegrar com coisas pequenas, como é melhor viver assim, do que sempre esperando coisas gigantes acontecerem. Me ensinou não sei como, muitas coisas, nem ele mesmo sabe disso tudo, mas, eu sei, e sei que não foi em vão, eu vejo nele uma história, uma história que é escrita com tristeza mas, nem mesmo assim ele consegue parar de sorrir. 

P.s: estou com centenas de fotos dele, do Davizinho, no flickr, inclusive essa, passe lá e dê uma olhada.*-* http://www.flickr.com/photos/gabriellephotos_/

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Não será de novo, mas será.

Os dias passam. É, eles passam. Sempre. Tudo faz sentido, tudo parece ter passado em uma rapidez absurda e continua a passar sem mesmo que o relógio precise exercer a sua função, apenas ao olharmos pela janela ou até mesmo para dentro de nós mesmos. Veremos o quanto crescemos, mudamos, assim como tudo muda e tudo passa. Nossos rostos envelhecem e as flores e objetos que existiram um dia, já não se vê mais. Nem ao menos podemos saber o número de estrelas que já contaram os nossos olhos, quantos sorrisos nossos olhos distribuiram e quantos abraços nossos braços já se envolveram contentes. Se ao lembrarmos que esse dia em que estamos nunca mais voltará, nunca mais em nossa vida, ele só irá acontecer essa única vez. Única. Tudo o que passa nunca mais volta, nunca mais vem. Mas, uma coisa é certa e incrivel, por mais que tenham passado, a nossa memória os guardam tão seguramente como o vento carrega nossos cabelos durante uma ventania, talvez não seja tão seguro assim, mas não importa, realmente não importa. Tudo estará lá e isso já basta. Não há como saber quantos verões nossos corpos sentirão, nem ao menos quantos beijos nos sorrirão os lábios, não há como saber se este é apenas o ultimo dia que o Criador deu a minha vida. Quantos sonhos e pesadelos, quantas lágrimas, quantas nuvens serão descobertas a forma, quantos amores seu coração será capaz de sentir. Pode ser que isso te faça ver o quanto sua vida foi grande mesmo parecendo tão mínima. Mesmo que todos os dias vão embora e nunca mais voltem, enquanto haver um dia seguinte, haverá um novo começo. Essa é a magica que uma manhã guarda, elas não são mágicas apenas quando amanhecem sorrindo ensolarado, elas são mágicas apenas por ser um começo, um recomeço. Elas podem ser o começo de um dia inteiramente ruim, ou um daqueles dias descartáveis que você os vive e os esquece, devido a sua falta de importancia, ou melhor ainda, elas podem ser e certamente um dia serão, o inicio do que você irá chamar de um dos dias mais felizes que o Criador lhe deu, mas, mesmo esses dias passam. Eles passam, mas, apesar disso, eles acontecem.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Girls.

Tree_by_ElifKarakoc 

Todas as mulheres, por incrivel que pareça, já foram uma adolescente, todas elas já disseram a si mesmas essa frase: “Ninguem do sexo masculino presta” e depois começaram a chorar. O que é claro que não é verdade. Todas nós tendemos a exagerar, exagerar muito, quando algo acaba com a minima noção de chão que nós tinhamos, acaba com a nossa segurança, e os garotos… ah, os garotos sabem exatamente como fazer isso.

Garotas tem sempre suas regras básicas para não sofrer. O que nenhuma delas assume é que… elas não dão certo. Garotas não devem chorar na frente deles, garotas devem fingir que não ligam, garotas devem ignorar seus sentimentos até o fim quando descobrem que ele está com outra. Mas, há sempre uma escolha, nós podemos ser boazinhas e seguir as regras em busca do sucesso esperado, ou simplesmente fazer o contrário sempre em busca do sucesso, é claro.

Garotas não resistem a um sorriso. Garotas prometem a si mesmas não chorar, mas assim que encontram com o travesseiro… chorar é a única coisa que se lembram de fazer. Garotas são fortes sempre, ou pelo menos fingem ser. Garotas quando estão sendo fortes por muito tempo chega uma hora em que entram em crise, crise normal de colocar tudo pra fora. Garotas precisam de uma melhor amiga, para não só as horas das crises, mas para todas as horas. Garotas não são desvendáveis, você não sabe como elas são, eu não sei como nós somos. Ninguem sabe.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Carpe diem

Você tem quinze anos e estuda, tem amigos incriveis, mas ainda assim, acha que falta muito para que sua vida seja perfeita, você quer filhos, quer casar, viajar, quer ter o emprego dos seus sonhos, ou as vezes, só quer um amor.  Você não percebe o quanto quer o seu futuro e esquece que sua vida é sua agora e continuará sendo amanhã. Você prefere sonhar em como será tudo daqui a 5/10 anos do que pensar no que você fará daqui a 1 segundo. Perde tempo demais imaginando como será o dia mais feliz da sua vida e esquece que os outros dias passam, os dias que podem ser os dias decisivos para que o dia mais feliz da sua vida realmente aconteça. Você acha que o tempo demora muito. Mas não.
Derrepente você tem 40 anos, e tem filhos, viajou, é casada e tem um emprego e ainda acha que seu futuro não chegou, ainda acha que falta muito para completar a sua vida. Não percebe como os dias passaram rápido e você já nem lembra direito das dores passadas. Você tem uma vida corrida, tem contas e muito o que fazer. Não tem mais tanto tempo pra sonhar com o seu futuro como um dia teve.
É quando você percebe que tudo passou rápido demais, e você viveu antecipadamente muitos momentos, deixou que o futuro ocupasse mais a sua cabeça do que o presente.
Então, para nós que aparentemente temos muitos anos pela frente, é essencial vivermos cada momento de cada vez, entre de cabeça pra fazer o que está no tempo de ser feito. Mas, não deixe jamais que o futuro seja esquecido, pois o que tem pra ser feito agora mudará completamente o que virá amanhã. Só viva mais o hoje do que o amanhã, e deixe que mais tarde, ah, mais tarde haverá muitas outras coisas para serem vividas.
p.s: "Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati. seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam, quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevis pem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida aetas: carpe diem quam minimum credula postero."
traduzindo: 
"Não indagues muito: é cruel querer saber que fim nos reservaram os deuses; nem
Fiques consultando os números babilônios.
Pode ser que Júpiter te conceda muitos invernos,
Ou somente este último, como expressa agora
o mar tirreno ao bater nas rochas.
Sê sensato, bebe teu vinho e abrevia as longas esperanças,
Pois o tempo foge enquanto aqui falamos.
Colhe o instante, sem confiar no amanhã."
("Odes" do poeta romano Horácio)


CARPE DIEM!

domingo, 21 de março de 2010

Minha vida, simples.

A minha vida não está em mim, está presa nas coisas que eu não consigo viver sem, ela está em tudo o que eu faço, em cada passo, em cada decisão, eu sou todos os hábitos que faço sem pensar, eu sou menos e as vezes mais, eu sou eu enquanto respiro, eu sou minhas opiniões e duvidas, eu sou daqueles que acredita na verdade, aquela verdade que liberta, sou do tipo que sabe se arrepender, e faz isso direito! Acredito no céu, acredito que Deus é tudo.
Se é pra alguem morrer primeiro, que esse alguem seja eu, não surportaria viver na ausência de algumas pessoas, e não sei se há alguem que pense assim quanto a mim. Meus amigos também são minha vida, eles são tão eu quanto eu mesma, eles são parte importante de quem eu sou. Minha vida é cada eu te amo verdadeiro que já saiu da minha boca, é cada abraço verdadeiro que meus braços foram capazes de dar, e esses não foram em número grande e nem em um tão pequeno assim.
A vida é algo muito relativo, ela está de todas as formas, em todos os lugares, eu não sou o que faço por a caso, sou o que faço com certeza, meus olhos sabem mais de mim do que eu mesma. Minha vida não pertence a mim, pertence ao Dono do mundo, a quem chamam de Papai do Céu. Ela é dele tanto quanto as flores e as árvores, Ele sabe exatamente onde me coloca e onde me tira.
A minha vida é feita de sonhos e dos meus planos, eu sonho em um dia ter alguem que seja meu, ter alguem que me ame e que me queira a seu lado, quero também um dia ter filhos, algo que saiu de mim como produto de um amor, e que eu amarei bem mais que a mim, sonho um dia poder sonhar com alguem, fazer planos com alguem, sonho em multiplicar os amigos, formar correntes e juras de amor entre eles, sonho em conhecer o eterno, a dimensão do sempre e o prazer de ver tudo se realizando aos poucos.
A minha vida é familia, as minhas fotos, ela é influencia, ela é influenciada, ela é rotina e ela é da minha mente.A minha vida é verde limão, é verde floresta, verde piscina, verde mar, é verde sorriso, verde tristeza, é verde vida e verde esperança, ela é perfume e odor, infância e maturidade, ela está em todo o oxigênio dessa sala, ela é enquanto eu viver, uma vida.
A minha vida não é nem metade do que foi dito, não há como fazer palavras mais do que isso que fiz.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Melhor/pior amiga.

Quando se tem uma melhor amiga não precisa ter medo, não se guarda nada por muito tempo, quando se tem uma melhor amiga não somos atrizes, somos felizes ou tristes tudo no momento que é pra ser, quando se tem uma melhor amiga vivemos as alegrias umas das outras, não se está sozinha nunca, ela sempre está ao seu lado por tudo e pra tudo.
Quando se tem uma melhor amiga pode falar o tempo todo, pode chorar, chorar, chorar que ela nunca se cansa de abraçar, pode ignorar os conselhos dela mesmo sabendo que ela está certa e por mais que os tenha ignorado, ela sempre te dá muitos conselhos de novo.
Uma melhor amiga não é uma coisa qualquer, ela é alguem que você confia e ama mais que tudo, ela não precisa de tempo nem de nada para se mostrar, ela só está lá sempre, você odeia ela toda hora, quando na verdade nunca deixou de ama-la.
Duas melhores amigas juntas são tudo e nada ao mesmo tempo, elas nunca abandonam, nunca esquecem, mesmo que as vezes não pareça.
Elas erram, sempre erram, erram toda hora. Mas, com elas você pode esquecer os erros e só viver, de vez enquando. Elas apoiam e xingam, fazem isso direto. Com elas você nunca precisa fingir, elas sempre sabem.
Mesmo com todas as coisas boas já ditas, não se esqueçam das ruins, e essas são tantas: elas podem ter ciumes demais, serem frias demais, serem grudentas demais, serem grossas e agressivas, elas podem te bater e te odiar, podem gritar com você e te achar uma pessoa muito idiota, podem estragar suas fotos e te deixar constrangida sempre. Elas são assim, as criaturas mais abomináveis que pode existir.
Assim, uma melhor amiga sempre será a pior amiga do mundo também, mas isso... isso a gente releva, afinal, uma melhor/pior amiga é tudo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Meus olhos.













Tiram muitas fotos. Todo instante eles estão em flashs, zoom, close, o tempo todo. Tudo. As vezes eles entram em "replay" ficam me mostrando tudo o que já passou, fazem isso com muita frequencia. Momentos importantes eles gostam de sorrir também, como se fossem ser fotografados pelas lentes de um outro olho. Eles gravam todos os seus passos, eles gravam todos os sorrisos, todos os abraços.
Parecem também ter ouvidos, sim, ouvidos nos olhos, eles me mostram as palavras saindo, me mostram como foi dito. Eles muitas vezes ficam tristes, apontam ao mundo quando o meu coração dói, porque quando há dor eles não mais sorriem nem fotografam , apenas olham.
Neles há espelhos, há vida, há luz. Eles sentem. Sentem a falsidade de um sorriso, sentem exatamente como se deve sentir. Quando aquele dito "replay" vem, eles sentem exatamente o que foi sentido no momento visto, eles sentem o coração pular, o coração se envergonhar, eles sentem a dor também. Eles dão abraços e dão socos. É tão fácil ver dois olhos se abraçando, eles dizem um ao outro como queriam que o abraço envolvesse o corpo inteiro.Esse é o abraço real, não esses que se dá por ai por qualquer motivo, os abraços da alma são mostrados nos olhos, eles são invisíveis pra quem não tem capacidade de ver-los. O soco também não é dificil de ser visto, as pessoas fazem isso toda hora, mesmo que nada seja dito com os lábios, os olhos dizem tudo, agridem mais do que qualquer coisa.
As lágrimas não são tudo o que eles podem te mostrar, eles gritam segredos ao mundo inteiro só quem vê de verdade é que pode entender o que eles dizem, eles mostram amores e odios. Eles sabem de tudo antes mesmo de quem os tem. Uma coisa que merece ser lembrada é o cuidado que devemos ter com eles, devemos ser exatamente quem nós somos, para que os nossos olhos não digam ao mundo o quanto somos hipócritas.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

tentar?

Tentar é sempre o começo... antes de tudo, você sempre tenta, e isso é tão importante quanto conseguir mentira, conseguir é mais, porque para que consiga você tem que tentar primeiro.
É fato que quando você quebra a cara e se vê de cara na parede chorando porque você não conseguiu andar de bicicleta e alguem vira pra você e pergunta: "toma a bicicleta, tenta de novo, mas agora com mais força nos pés" você vai pensar muuuuuito antes de dizer "sim, ebaaa" mas, se você não tentar de novo você não vai aprender a andar de bicicleta nunca só porque já se machucou uma vez e uma coisa é importante dizer: você caiu sim, mas agora você vai estar com mais força nos pés e isso pode mudar muito.
Então, se você quer entrar pra faculdade tente entrar na faculdade, mesmo que não consiga você sempre pode tentar de novo só que agora "com mais força nos pés" ou melhor, estudando mais afinal, você não pode ficar mais fora da faculdade do que você já está.
Antes de tentar você tem que querer de verdade, e depois tentar de verdade e se não for dessa vez, legal, tentar de novo e até que alguma vez você vai conseguir e mesmo que não consiga você não poderá dizer que não fez nada pra conseguir, pelo menos você tentou. 
Assim mesmo estando machucado da sua ultima queda, você sempre pode levantar e tentar de novo. Se sei lá, o seu namorado te fez sofrer não quer dizer que você não possa tentar amar alguem de novo e que isso não possa dar certo, é só tentar não cometer os mesmos erros.
Então, eu estou aí pra tentar várias vezes mostrar pras pessoas em que eu acredito, tentar várias vezes conseguir realizar os meus sonhos, tentar várias vezes conseguir amigos, tentar sorrir, tentar amar mais, tentar melhorar e mudar as coisas ruins que eu tenho, tentar ajudar os outros, tentar tentar.
Enfim... não há mais nada a dizer, se você quer, você pode tentar de novo e quantas vezes for preciso, TENTAR É TUDO.

" Tente, levante sua mão sedenta e recomece a andar, não pense que a cabeça aguenta se você parar, não não não."
" Tente, e não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida, tente outra vez"
Raul Seixas

p.s: Jéssica Loureiro, eu ainda vou te ver na marinha, porque eu sei o quanto você quer e tenho certeza que você vai dar o seu melhor pra estar lá.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Vida real & coisa e tal.


Na minha jornada de assistir filmes e mais filmes, sem nunca achar um estilo que mais goste, e a maioria deles sempre me fazem chorar, e acreditem vocês ou não, eu sempre penso no final do filme: "e foi só isso o final?", é incrível como eles me fazem viajar, haha, estou sendo sincera, minutos depois de assistir os filmes me pego pensando se isso um dia podia acontecer na minha vida, fico refletindo, é quase como se sempre que eu assisto Piratas no Caribe eu me sinta um pirata e fique pensando se eu posso ser um dia, ou quando eu vejo um filme romântico eu me pergunte se um dia vai ser assim comigo também, sempre!
Sempre tem algo que me pegue, algo que me faça pensar e comparar a vida mágica de um filme com a não-tão-mágica vida real e eu sempre me perco e falo a mim mesma: "essa é a vida real, acorde."
Então, por mais que eu queira por mais que eu sonhe, a minha vida sempre será a vida real, pode ser que quando a gente é criança, pelo menos na minha infância, tudo pareça mais mágico, mais bonito, sabe, tudo doa menos, seja tudo mais fácil de perdoar, mais simples, mas sempre tem o dia que a gente acorda, que a gente olha pra nós mesmos e percebemos que crescemos, sabe, e que agora chegou a hora de viver só.
Não se perder se preocupando com o que vão dizer,
afinal, sorria essa é a sua vida! haha, e ela é linda, as oportunidades estão te esperando, esse é o seu filme, o seu show, é nela que você vai fazer as suas escolhas, errar, acertar, amar, você vai escolher os personagens e assim como nos filmes vai ser mágico, porque é mágico viver a vida real!

TAÍ UMA TRISTE VIDA REAL:
Todo mundo tem visto essa tragédia que aconteceu no Haiti. Sinceramente isso mexeu comigo e acho que deve ter mexido com todo mundo, ou pelo menos deveria. Tava pensando o quanto deve ser triste para os que perderam os seus parentes, pra quem está agora na miséria, sem água e sem comida. Estou pedindo pra que Deus ajude lá, e nós também devemos fazer a nossa parte e ajudar!