sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Catavento. (Cap I - Corrida do adeus.)

- Volta aqui, Phillip! – eu disse, arfando de ódio, o sangue em minhas veias parece correr de forma que eu posso sentir ele passeando pelo meu corpo – Volta aqui, merda! – Eu digo, já desistindo de correr e me sentando em algo que parece ser um puff, mas, que eu nem me preocupei em ver o que era antes de me sentar.
Vejo que estão todos me olhando, de certo pensando em como eu era maluca ou o que me leva a correr (e gritar) por todo o térreo do Doubletree Metropolitan, desde o elevador até a porta do Hotel. Afundo o meu rosto em minhas mãos e finalmente estou pensando com calma no que acaba de acontecer, “Não temos mais nada para conversar, eu estou indo” “Pare, Amber! você vai superar!” “Não me siga, não, não temos mais nada pra falar”. As palavras parecem ecoar na minha mente, dançando de forma embaralhada e embaçada em minha cabeça, que está só dificultando que tudo pareça verdade. Tudo bem, ele foi embora, tudo bem pra mim, tudo bem. Ele está indo morar em algum lugar da cidade que não é a nossa cobertura na Lexington Avenue, talvez com outra pessoa, ele não disse. Na verdade, ele não disse nada além de “vou embora, amber” e algumas variações disso, não disse porquê ou por quem. Talvez me ache gorda demais para alguem tão bem sucedido, talvez eu tenha que arrumar um emprego melhor agora, não, espere, aonde eu vou morar? meu dinheiro é de longe suficiente pra pagar aqui. É isso mesmo, merda, aonde eu vou morar? Talvez durma no metrô durante um tempo e depois arrume um loft no Brooklyn pra morar, ah, qual é, a quem estou tentando enganar, definitivamente eu não vou dormir no metrô.
- Senhora, acho que o senhor que passou correndo aqui deixou um recado para a senhora lá na recepção. – Um homem de aparência jovem, diz interrompendo meus pensamentos desesperados.
– ah, tudo bem, obrigada. – Me levanto e vou cambaleando no salto que detona os meus pés a cada passo, parece que acabo de sair de uma caverna, sinto como se tudo doesse.
- Oi – digo para a moça que parece ocupada atrás do balcão. – Meu noivo, digo, ex noivo, hmm, deixou um recado para mim aqui, é… eu acho, tem como? é… – As palavras saem confusas depois que pronuncio a palavra ex noivo, tento me acalmar, meu coração ainda está agitado.
 – Amber? – ela diz, direcionando os seus olhos negros para me analisar.
 – Sim, eu mesma. – Sorrio, e ela entrega um papel rabiscado no que parece ser a letra de Phillip escrita com rapidez.
Amber, me desculpe sinto muito, nós conversaremos sobre tudo o que for necessário dentro de alguns dias, depois que eu voltar da Flórida. Lembre-se o que eu disse, não há nada de errado com você, eu só… irei embora agora porque não
P.s: Você pode ficar no hotel essa noite, mas, sinto que terá que procurar outro lugar em alguns dias. 
Phillip.
Poucas lágrimas escorrem dos meus olhos, enquanto dobro o papel e enfio no bolso do jeans e sigo em direção ao elevador, os números sobem no painel 11,12,13… e a única frase que eu consigo pensar claramente é que tudo irá mudar a partir de agora.
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Um comentário:

  1. AAAAAAAAAAAAAAAH , quero continuação! *u*
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    eu não sabia que você fazia textos narrativos õ/

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